PROGRAMAÇÃO

CONCERTO

08 de outubro de 2025
Quarta-feira | 20h

Theatro da Paz, Belém

Entrada gratuita
Retirada de ingressos na bilheteria a partir das 18h

09 de outubro de 2025
Quinta-feira | 20h

Theatro da Paz, Belém

Entrada gratuita
Retirada de ingressos na bilheteria a partir das 18h

COM:

Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz

sob regência do Maestro Miguel Campos Neto

A Voz Clássica da Amazônia

A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz é um dos mais importantes corpos artísticos da região Norte do Brasil, guardiã de uma tradição musical que remonta ao período áureo da borracha, quando Belém era conhecida como a “Paris dos Trópicos”. Fundada para acompanhar as temporadas líricas do majestoso Theatro da Paz, inaugurado em 1878, a Orquestra evoluiu ao longo de mais de um século para tornar-se um símbolo da excelência musical amazônica.

Com músicos formados nas principais instituições de ensino musical do país e do exterior, a Orquestra mantém uma programação regular que abraça desde o repertório clássico universal até obras contemporâneas de compositores brasileiros e amazônicos.

Para “Águas da Amazônia – Rios e Povos”, a Orquestra recebe convidados em participações especiais, criando uma ponte sonora entre tradições que, embora geograficamente próximas, raramente dialogaram nos palcos de concertos. Este encontro representa não apenas uma inovação artística, mas um gesto simbólico de reconhecimento e valorização mútua entre diferentes expressões da cultura amazônica.

Sob a batuta do Maestro Miguel Campos Neto, a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz embarca nesta jornada musical pelos rios amazônicos, propondo diálogos entre  linguagens artísticas e culturais que incorporam e celebra a diversidade cultural da região.

Djuena Tikuna

Part. Especial

Djuena Tikuna carrega na voz a força de ser a primeira mulher indígena a gravar um álbum no Teatro Amazonas. Mas sua importância transcende marcos históricos, ela é ponte viva entre mundos sonoros, traduzindo a cosmologia Tikuna para audiências globais sem perder a essência ancestral de seu canto.

Nascida na Terra Indígena Tikuna, no Alto Solimões, Djuena cresceu entre as narrativas míticas de seu povo – o maior grupo indígena do Brasil, com mais de 70 mil pessoas. Suas primeiras memórias musicais são dos cantos rituais, das festas da Moça Nova, dos sons que organizam o mundo Tikuna. Mas também cresceu ouvindo rádio, conhecendo outros sons, outras possibilidades.

Sua trajetória artística é um exercício constante de equilíbrio. Como manter a integridade cultural enquanto dialoga com a contemporaneidade? Como ser embaixadora de seu povo sem tornar-se exótica? Djuena responde com sua arte: canta em Tikuna e português, usa instrumentos tradicionais e modernos, veste cocar em palcos mundo afora.

Para “Águas da Amazônia”, Djuena traz uma dimensão única: sua voz pretende nos localizar, nos territorializar, nos ancorar, na Amazônia indígena. Sua voz não é ornamento étnico sobre uma estrutura ocidental: é presença que transforma a própria natureza da obra, voz de quem nasceu nas margens dos rios, que conhece suas cheias e vazantes, que entende sua linguagem.

 

Trio Manari

Part. Especial

O Trio Manari representa a vanguarda da música instrumental amazônica, explorando as possibilidades sonoras de instrumentos tradicionais e contemporâneos para criar paisagens musicais que evocam a complexidade e beleza da floresta. Formado por músicos-pesquisadores profundamente conectados com as tradições musicais da região, o grupo desenvolveu uma linguagem própria que dialoga tanto com a música de concerto quanto com as expressões populares amazônicas.

Seu repertório transita entre composições autorais inspiradas nos ritmos e melodias dos povos da floresta e releituras de temas tradicionais, sempre com arranjos que valorizam as texturas e timbres únicos dos instrumentos regionais. O Trio incorpora em suas performances flautas de bambu, percussões rituais, cordas artesanais e instrumentos criados a partir de materiais da floresta, demonstrando que a inovação musical pode nascer do diálogo respeitoso com a tradição.

Para este projeto, o Trio Manari atua como ponte musical entre a orquestra sinfônica e sonoridades da Amazônia, criando arranjos e texturas que permitem o diálogo entre diferentes universos sonoros. Sua experiência em transitar entre mundos musicais diversos conecta e celebra a diversidade e a unidade das águas amazônicas.

ARTISTAS VISUAIS

PROJEÇÕES DURANTE O ESPETÁCULO

As obras de nove artistas visuais amazônicos e indígenas acompanham cada movimento acompanharão cada movimento da obra em projeções. Cada artista representa um território, uma visão, uma interpretação única dos rios e suas culturas. Suas obras transformam o palco em uma tela viva onde ancestralidade e contemporaneidade se encontram.

Sãnipã nasceu em Lábrea, Amazonas, às margens do Rio Purus. Filha de mãe Kamadeni e pai Apurinãcur, foi registrada como Maria Antônia Souza Silva, adotando posteriormente o nome artístico Sãnipã, que significa “caba” (vespa) na língua Apurinã. É considerada a primeira mulher indígena amazonense a ter obra adquirida pelo Acervo Sesc de Arte Brasileira, com destaque nacional e internacional em exposições como a 15ª Bienal Naïfs do Brasil, 1ª Bienal das Amazônias (Belém, 2023), e coletivas no MASP. Sua arte revaloriza a memória dos povos originários e convida à aproximação dos saberes indígenas Apurinã e Kamadeni. Atua também na educação indígena em Manaus, Pauini e Lábrea.

Sãnipã

Artista visual amazonense do povo Kokama, Wira Tini (ou Tina) nasceu em Manaus e soma mais de 22 anos de trajetória, focada nos últimos anos em internacionalização, com exposições nos EUA, Colômbia e Europa. Sua série “Cosmologia Karuaras” retrata a espiritualidade das águas e seres do imaginário indígena amazônico, como a jiboia Uni Tsukuri, usando pintura acrílica e elementos naturais (sementes de patuá, açaí, fibra de tucumã). Wira construiu murais urbanos e ateliês abertos que visam ampliar a visibilidade dos povos indígenas, denunciando desafios ambientais e sociais enfrentados pela Amazônia.

Wira Tina

Moara Tupinambá é "artivista" visual, curadora e pesquisadora, nascida em Mairi (Belém do Pará), com ancestralidade do Baixo Tapajós. Descendente de nativos tapajwaras, atua propondo o direito à autodeclaração Tupinambá e combate ao “etnocídio” dos povos originários. Desenvolve obra multiplataforma — desenho, pintura, instalação, instalação, vídeo, fotografia, literatura e performance —, que explora memória, identidade, ancestralidade e resistência indígena. Participa de coletivos como MAR (Mulheres Artistas Ribeirinhas) e Wyka Kwara. Destaca-se por exposições nacionais e internacionais, residências no MAM Rio e prêmios relevantes.

Moara Tupinambá

Duhigó, cujo nome significa “primogênita” em tukano, nasceu em São Gabriel da Cachoeira, região do Alto Rio Negro (AM), filha de pai Tukano e mãe Dessana. Mora em Manaus desde 1995, profissionalizou-se em artes visuais pelo Instituto Dirson Costa (IDC), em 2005, e se tornou a primeira mulher indígena amazonense no acervo do MASP (com "Nepũ Arquepũ"). Sua produção reflete memórias, mitos e cotidiano dos povos do Alto Rio Negro, especialmente do povo Tukano, integrando tradições, ancestralidade e experiências vívidas. Duhigg é reconhecido pela força na preservação e reinvenção da cultura indígena e por dar visibilidade às mulheres indígenas na arte contemporânea brasileira.

Duhigó

Daiara Hori Figueroa Sampaio, conhecida como Daiara Tukano ou Duhigô, é artista, muralista, curada, educadora e ativista dos direitos indígenas do povo Tukano – Yepá Mahsã, clã Eremiri Hãusiro Parameri do Alto Rio Negro (AM). Nasceu em São Paulo (1982), filha do líder Tukano e mãe antropóloga, vivendo entre cidade e aldeia sempre conectada à tradição do povo. Graduada em Artes Visuais e Mestre em Direitos Humanos pela UnB, pesquisa o direito à memória dos povos indígenas. Produz séries como “Kahpi Hori”, inspirada na miração da ayahuasca e na cosmovisão Tukano. É autora do maior mural indígena do mundo ("Selva Mãe do Rio Menino", BH), participou da 34ª Bienal de São Paulo e possui obras nos acervos do MASP, Pinacoteca e Memorial dos Povos Indígenas. Fotos recentes podem ser conferidas em seu instagram oficial.

Daiara Tukano

Bu'u Kennedy, nascido em 1978 no Alto Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira (AM), do povo Ye'pamahsã (Tukano), Clã Üremirin Sararó. Descendente de curandeiros conhecidos como yaí'wá (onças), passou por iniciações para se tornar curandeiro onça e ativador de saberes ancestrais. Artista plástico formado pelo Instituto Dirson Costa (2007), dinâmica a marchetaria como expressão visual indígena contemporânea. Atua no Brasil e exterior, organiza exposições e projetos para reconhecimento, cura e preservação da cultura indígena, além de coordenar peças teatrais e iniciativas como a Casa das Culturas Indígenas. Participou de exposições no MAM-SP, Zipper Galeria, Bienal Continental de Arte Indígena e integra o acervo da Pinacoteca de São Paulo, com “Ya'wí'írá”, obra inédita em marchetaria. Suas obras evidenciam a experimentação visual e a espiritualidade indígena.

Bu'ú Kennedy

Auá Mendes é artista visual, muralista, ilustradora, designer gráfica, grafiteira e arte-educadora indígena do povo Mura, nascida em Manaus/AM e radicada em São Paulo. Atua entre grafite urbano, intervenções públicas, design e arte-educação, abordando corpo-território, ancestralidade e realidade indígena. Filha de ambiente ribeirinho, profundamente influenciada pelos saberes dos pais e anciãos Mura. Formada em Design Gráfico, começou a criar desde os 16 anos. Suas obras, com toneladas azuis e vermelhas, conectam o passado/presente indígena, enfrentam violências coloniais e reforçam a espiritualidade originária nos centros urbanos. Participa de projetos com Sesc, Natura, Google, Banco do Brasil e em espaços como Museu das Culturas Indígenas, Bienal das Amazônias, Itaú Cultural.

Auá Mendes

Waxamani Mehinako é um artista visual e designer indígena da etnia Mehinako, nascido em 1994 e residente na aldeia Kaupüna, no Alto Xingu (MT). Suas obras unem os grafismos corporais tradicionais Mehinako, inspirados na fauna e na cosmologia do Xingu, com linguagens da arte contemporânea. Ele utiliza tintas naturais produzidas artesanalmente a partir de pigmentos como o urucum e carvão, e pinta sempre à mão livre, sem auxílio de réguas ou pincéis industriais. Além de telas, Waxamani cria bancos, remos e máscaras de madeira, integrando arte e cotidiano indígena. Desde 2020, participa da SP-Arte e já realizou exposições individuais em São Paulo, tendo destaque em mostras como “Arte dos Mestres” da Artesol e “Histórias Indígenas” do MASP. A produção de Waxamani valoriza práticas sustentáveis, saberes ancestrais e fortalece a preservação da cultura Mehinako no cenário nacional contemporâneo.

Waxamani Mehinako

Keyla Palikur é artista visual, ilustradora e pesquisadora indígena do povo Palikur-Arukwayene, nascida na Terra Indígena Uaçá, no Oiapoque (AP), pertencente ao clã Wadahiyene. Sua produção transita entre a pintura em tela, a aquarela e a arte digital, articulando cosmovisão, identidade e memória. Suas obras dialogam com grafismos e narrativas tradicionais, mas também exploram linguagens contemporâneas, trazendo reflexões sobre o lugar das mulheres indígenas e sobre como os povos originários se reconhecem no mundo atual. Formada pela Licenciatura Intercultural Indígena da UNIFAP e atualmente mestranda no PPCULT – Mestrado Profissional em Estudos de Cultura e Política (UNIFAP), Keyla integra o coletivo Waça’Wará, e atua em projetos artísticos, educativos e de resistência cultural. Desenvolve oficinas de formação para crianças e jovens indígenas, realiza exposições e contribui para o fortalecimento das culturas originárias amazônicas.

Keyla Palikur

EXPOSIÇÃO: Memórias D’Água por Altar Sonoro

Exposição aberta nos dias 08 e 09 de outubro na entrada do Theatro da Paz

A exposição “Memórias D’Água”, do coletivo Altar Sonoro, integra o projeto “Águas da Amazônia: Rios e Povos”,  ao apresentar frames capturados de suas documentações audiovisuais dos rios da vida pulsante nas margens dos rios amazônicos. Enquanto o projeto busca revelar as múltiplas dimensões de nove rios que inspiraram a obra de Philip Glass, suas geografias, culturas, línguas e cosmologias, o Altar Sonoro oferece um olhar fotográfico contemporâneo sobre essas mesmas águas e os povos que com elas convivem.

A escolha do coletivo, formado por Guilherme Takshy e Naré, artistas que vivem, respiram e criam a partir do território amazônico reflete o compromisso do projeto em amplificar vozes locais que documentam a Amazônia de dentro para fora. Esses frames, extraídos de suas produções audiovisuais, capturam momentos precisos da vida que flui nas margens: rostos, gestos, rituais e paisagens que mostram como as águas são territórios vivos onde cultura, espiritualidade e cotidiano se entrelaçam, na complexa e rica relação entre os povos amazônicos e seus rios.

 

ALTAR SONORO

A Altar Sonoro é uma produtora audiovisual, cenográfica e cultural amazônica.  Nasceu em 2023 a partir da parceria do Arquiteto, Cenógrafo, Diretor de Arte e Audiovisual Guilherme Takshy e do Cantor, compositor e diretor de fotografia Naré, a partir de uma série de vídeos mobile que retratavam o cotidiano de Belém do Pará, cidade marcada pela riqueza da floresta amazônica e sua natureza abundante. Esse olhar autêntico e criativo para o território amazônico foi o ponto de partida para a consolidação da produtora como referência na cena cultural e audiovisual do Norte do Brasil.

Fluxos contam histórias…

Texto curatorial por: Akha Rubi

No início, tudo era água. O céu estrelado era um mapa rumo ao Norte e o seu inexo fluxo das águas até hoje narram histórias de quem veio antes. Os afluentes ensinam que não devemos carregar os medos de nossos antepassados. Respeito aos povos das águas, gratidão ao mangue. O mesmo rio que banha uma criança amazônica, carrega a fartura que chega à mesa, transporta sonhos e cura qualquer panema. Qual ygarapé, rio ou mar conta a tua história? O nascimento é no olho d’água ancestral, maré mansa ou poça d’água: ela guarda a primeira lembrança do berço amazônico e flui pulsante entre a Amazônia urbana e o cotidiano labirinto revelando um território dependente da encruzilhada da dança de marés, águas do destino e proteção a tudo que é natureza. Altar Sonoro nessa exposição foto-documental apresenta a paisagem amazônica e a relação dos povos amazônicos com as águas e a natureza. A vida na beira do rio possui sua própria cosmopolítica onde a cultura, espiritualidade, política, meio ambiente, arte, ancestralidade e tecnologia caminham juntos. A exposição é um convite à mergulhar nas águas da Amazônia e nas andanças dos artistas visuais Guilherme Takshy e Naré e sentir por intermédio de arte as memórias e mistérios que as águas escondem.

OFICINAS

Oficina de Carimbó

por João Viktor De Souza Santos
e Sílvio do Nascimento Barbos

20/09
7h30 às 10h30
Escola de Aplicação da UFPA

Oficina de Música Indígena Curuaia

por José Edilson Curuaia de Araújo

20/09
7h30 às 10h30
Escola de Aplicação da UFPA

Oficina de Tambor de Mina

por Carla Sueli Cabral da Silva
e André Silva de Alcântara

20/09
7h30 às 10h30
Escola de Aplicação da UFPA

Oficina de Tambor de Crioula

por Nicole dos Santos Reis
e Zayda Cristina Rocha Costa

20/09
7h30 às 10h30
Escolha de Aplicação da UFPA

ENSAIO ABERTO

07 de outubro de 2025
Terça-feira | 15h

Theatro da Paz, Belém

Produção: SOMA MÚSICA
aguasdaamazonia@somamusica.com

Ass. de Imprensa: Natália Mello
nataliafmello@gmail.com
(91) 98033-2967

© 2025 Soma Música. Todos os direitos reservados.